segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012




Toca Paul, canta Adele e...fica na sua Rafinha Bastos
Por Yuri Freire de C. Espírito Santo


A cantora Adele é um sucesso. O Grammy Awards não quis saber de fairplay com os outros artistas dentro da grade. Adele explodiu em vendas e a audiência subiu nas rádios que tocaram suas canções. Bateu recordes de venda já na primeira semana tanto nos EUA quanto no Reino Unido. A despeito da sua condição física (cordas vocais) e da sua melancolia expressa em canções de amor perdido e sofrimento, Adele tem uma voz linda e é afinada mesmo. Sua voz é agradável aos ouvidos. Nesse sentido, a academia está em consonância com o público; demanda significou bom gosto (viva ao mercado!). Confesso que me confortou ver sons como o dela ganhando no Grammy esse ano, porque os rumores sobre o sucesso de Michel Teló pelo mundo estavam me assombrando. Ainda bem que a academia foi conservadora (risos).
Sir Paul McCartney arrebentou no Grammy e com um conjunto de músicos, fez som de verdade acontecer. Isso para mim é agradável no Rock’n roll, essa coisa de o músico fazer parte da música, seu feeling e sua inspiração estão diretamente ligados ao som que vai rolar ali na hora. Por isso o rock tem algo de ouvir e ver, juntos. Solo de guitarra é bom de ouvir e também muito bom de ver. O rock é um perfil de som que se tornará agradável não pela sua freqüência e outras características ondulatórias somente, mas também será agradável quanto melhor for a performance dos músicos. Vide o Slipknot que tem sons muitas vezes desagradáveis se analisados isoladamente, mas a atuação no palco torna o som palatável e até legal de ver. Gostar de rock é isso: gostar da soma música + performance. Paul teve os dois no palco do Grammy.
Rafinha Bastos em contemporâneo aparece em rede noticiando a assinatura de contrato com a rede Fox de televisão e fará uma série de TV no Fx. Provavelmente de comédia. Piada boa é aquela inusitada, cujo final surpreende ou trás para nossa mente imagens fora do convencional, esdrúxulas e que foge dos padrões. Não foi à toa que ele se tornou o cara mais influente no Twitter, sempre fez o mesmo tipo de piadas e com elas ficou famoso. Eu ri muitas vezes. Não é a toa que grupos como “Os trapalhões” e “Casseta e Planeta” ficaram famosos também. Fizeram várias vezes esse estilo de piada. Riram muitas vezes de si e dos outros. Justo. Uma pessoa que ganhou na loteria e fez sucesso, doou parte do dinheiro para caridade e agiu dentro dos conformes, não pode ser assunto para piada. Qual é a graça? O que tem aí para rir? Vai rir porque o cara se deu bem? O sucesso desse indivíduo não tem graça. A sua vida é fonte de inspiração para outras coisas, como ensinar as pessoas a terem esperança por exemplo, mas nunca será inspiração  para piadas. Para piadas eu quero minha miséria mesmo. O gordo, o careca, o traveco e por aí vai. Você já parou para se perguntar porque “Chaves”, “Pica-Pau”, “Pernalonga” e até mesmo palhaços são engraçados? Já analisou o que eles fazem para serem engraçados? Pronto! Você mesmo concluiu.
Se vocês pararem para analisar bem, todas essas pessoas são boas se propondo a fazer aquilo que sabem fazer. Paul fora da música é um péssimo intelectual. É ativista dos direitos dos animais, vegetariano (por motivo imbecil), enfim, é uma pessoa sem graça nenhuma. É aquilo mesmo que a maioria espera, é politicamente correto. Muito diferente do Paul dos palcos, “quebrando” tudo, fazendo performance, fugindo dos padrões ali aonde é apropriado. Adele é fácil de resumir fora dos palcos: está gordinha, com problemas de saúde e perdeu o namorado. A vida dela está de “vento em popa” nos palcos, fora dele, nem tanto. Já pensou se ela resolve aconselhar pessoas? E Rafinha fora dos palcos, não foi um grande jogador de basquete, nem grande ator (suas atuações no “Super Pop” são um lixo) e como garoto propaganda dá apenas para fazer “bico”.
Adele é boa porque canta, Paul porque faz rock e Rafinha porque faz piada. O que me faz ouvir Adele é simplesmente sua música, o que me faz ver Paul é simplesmente sua performance e o que me faz rir de Rafinha é simplesmente sua piada. Sem rodeios. “Direita ao ponto”. Cada um se conservando aonde deve. Ainda bem! Por isso afirmo, Adele, canta! Paul, toca! E Rafinha...fica quieto e espera o povo se libertar da ditadura políticamente correta para poder rir de boas piadas.



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