PROMETHEUS
Nunca gosto de fazer uma análise
fílmica durante a sessão. Contudo “Prometheus” de Ridley Scott, empurra o
espectador nesse drama durante a película mesmo. Isso porque põe cara a cara “criador”
(aspas pois em si mesmo não dá para garantir) e criatura. E aí imagine que você
descobre que seu criador quer te destruir e você tem a possibilidade de
perguntá-lo por quê? No filme o telespectador toma para si essas dores e compra
a briga dos homens da nave. Justo.
É isso que faz o telespectador de
“Prometheus” não se dar ao luxo de se questionar posteriormente, a gente quer
saber a resposta na hora. E no filme, a todo momento a pergunta fica sem
resposta. Enfim, não querendo contar o enredo, a questão é que em se tratando
de propostas teleológicas não dá para protelar. Ainda mais em um ambiente
angustiante apresentado no filme.
O filme é ruim mesmo e fica com
retalhos de coisas já feitas (como todo retalho) de modo a não criar nada novo
com isso. Temos remake de sensações de 2001 – Uma Odisséia no Espaço de
Kubrick, misturado com cenários angustiantes de “O Vingador do futuro”, pegadas
triller do próprio Ridley de “Alien” enfim, outras coisas que não me lembro
agora. A questão a salvar no filme é mesmo a sua implicação teleológica e nesse
ponto mesmo teológica.
Uma pequena máxima na teologia é
que tudo aquilo que temos a saber sobre Deus é dado conhecer por ele mesmo. Ou
seja, o que eu sei sobre Deus, é aquilo que Ele quis falar sobre si mesmo, isso
quer dizer, aquilo que ele quis REVELAR. Por isso o meu conhecimento puro de
Deus é proveniente mesmo da revelação, e aí não quero entrar na questão de qual
a fonte da revelação, mas sim no mérito de que existe uma angústia humana em
jogo: não adianta chorar nem espernear, Deus só me mostrará da sua face aquilo
que Ele quiser.
Isso o filme deixa bem claro, o
indivíduo criador do filme é refratário aos questionamentos humanos, ele nega
revelar-se ( e aqui isso se torna muito diferente do Deus Cristão que desejou
revelar-se para o mundo através de Cristo ) e mais ainda, age com violência
dada a tentativa de comunicação. Então, o criador de Ridley é um criador escondido,
refratário e obscuro.
Mais fácil ainda é concluir
porque o Deus de Ridley é assim: ele foi ACHADO através de análises de
metodologia científica puramente antropológica, arqueológica e até certo ponto
Darwinista. Duas coisas ficam claras: primeiro o fanatismo ocidental pela
teoria fajuta dos “Antigos Astronautas”, o filme ironiza a possibilidade de se
chegar a algum lugar bom com essas teorias neopagãs, segundo, o filme demonstra
claramente que a pretensão humana de se encontrar um criador pela pura biologia
é temerária, principalmente quando essa se baseia em falsos princípios como os
do Neodarwinismo.
O filme apela para um
questionamento que há muito caiu por terra mesmo entre os biólogos. Ora, se eu
encontrar em outro lugar do universo a fonte da vida na Terra, a questão
fundamental continua: quem criou essa fonte? Ou seja, mudar o planeta só
transfere a pergunta de lugar, mas nunca responderá se existe um Deus, criador
de tudo.
E por último é leviano no filme a
ideia de um Criador odioso, só consigo imaginar que Ridley quis dizer que esse
criador matador será o máximo que poderemos encontrar buscando a resposta da
criação pelos métodos já citados. Enfim, se queres saber a finalidade da
criação, olhar para a complexidade da biologia é um bom começo, mas deixa a
desejar (se quiser saber mais acerca disso leia o texto que fiz sobre o relógio
de Paley dentre outros na mesma postagem), o mais seguro mesmo seria ver o que
já foi mostrado, o que já foi REVELADO.
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