domingo, 12 de outubro de 2014

Introdução ao neoliberalismo I

INVESTIMENTO ESTRANGEIRO DIRETO (IED) NO BRASIL – ANÁLISE DE CONJUNTURA

Por Yuri Freire de Carvalho Espírito Santo

Por investimento estrangeiro entende-se a forma de relação de câmbio (trocas) e mercadológicas nas quais empresas não “autóctones” ou alóctones alocam investimentos no país mantendo trocas de recursos e lucros entre a sede (matriz) e a sua filial. Ou seja, é um investimento feito por um país em uma empresa estrangeira com fins de adquirir um interesse duradouro para a nação1. Nessa relação de troca, a empresa busca novos mercados e fontes de lucro, e o país retornos decorrentes da instalação da empresa no seu território (serviços, conhecimento, tecnologia, etc).

Nas últimas décadas, especificamente a partir da década de 90, o Brasil vem sendo cada vez mais procurado por esse tipo de investimento. Muitas análises chegam a pontos comuns, atribuindo, dentre outros motivos, o fato de o Brasil se encontrar na condição de país emergente (dentre os quais destacam-se os BRICs2) – e por isso mesmo com um imenso potencial mercado consumidor, além de buscar atrativos para o seu parque industrial interno bem como o aumento da oferta de serviços necessários para inclusão desse mercado -, a capacidade de estabilização dos níveis inflacionários através do Plano Real, estímulo à economia e utilização de câmbio flutuante sujeito à intervenções do Banco Central e por último, devido a capacidade brasileira de atuar na consolidação, formação e liderança de um bloco (Mercosul) que gera um grupo de países que se estabilizam mutuamente, diminuindo os riscos dos investimentos e possíveis crises.3,4

Outro aspecto importante, não explícito, a priori, pelos analistas da conjuntura que permitiu tais investimentos, é o fato de o Brasil possuir um imenso potencial energético e recursos naturais. Esses elementos atraem empresas que buscam consolidação no desenvolvimento de novas fontes de energia, bem como empresas que se interessam na busca de matéria-prima para utilização na indústria pesada e tecnologia científica (ciências aeroespaciais, náuticas, biotecnologia, etc).

Diante da entrada massiva do capital estrangeiro sob forma de investimento direto no país, temos efeitos diretos visíveis que vão desde imediato até longo prazo, como a ampliação de oferta de serviços (muito antes não disponíveis no país, como internet banda larga e telefonia móvel), aumento do emprego direto e indireto, desenvolvimento regional (que busca oferecer outros serviços e produtos para alocar o trabalhador e população na região da empresa) e estímulo ao mercado interno.

Dentre os aspectos negativos incluem-se a exploração de recursos locais por parte de estrangeiros, de modo a fragmentar a soberania nacional sobre os seus recursos naturais, a vazão de dinheiro e recursos advindos do lucro para fora do país que sempre irá para o país sede, entrada massiva de produtos estrangeiros e moeda estrangeira desvalorizando a moeda local e influência (muitas vezes ingerência) de elementos políticos estrangeiros na política nacional, o que pode muitas vezes contrariar interesses locais.4

















REFERÊNCIAS
1.       Foreign Direct Investment, Conferência das Nações Unidas para Comércio e Desenvolvimento. Disponível em: pt.wikipedia.org/wiki/Investimento_estrangeiro_direto
2.      Http://www.onu.org.br/onu-destaca-aumento-do-investimento-estrangeiro-entre-brasil-russia-india-china-e-africa-do-sul/
3.      O.C João Guilherme; A.F. Elaine. O Impacto do Investimento Direto Estrangeiro no Crescimento da Economia Brasileira. Rev. Planejamento e Políticas Públicas, n 41, dez 2013. Disponível em: http://www.ipea.gov.br/ppp/index.php/PPP/article/viewFile/249/311

4.      Investimentos Estrangeiros no Brasil. Aula No 13, UVB. Análise da Conjuntura  Econômica Nacional. Faculdade OnLine UVB. Disponível em: http://arquivos.unama.br/nead/gol/gol_adm_6mod/analise_conjuntura_nacional/pdf/aula13.pdf 

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