INVESTIMENTO ESTRANGEIRO DIRETO (IED)
NO BRASIL – ANÁLISE DE CONJUNTURA
Por Yuri Freire de Carvalho Espírito Santo
Por investimento
estrangeiro entende-se a forma de relação de câmbio (trocas) e mercadológicas
nas quais empresas não “autóctones” ou alóctones alocam investimentos no país
mantendo trocas de recursos e lucros entre a sede (matriz) e a sua filial. Ou
seja, é um investimento feito por um país em uma empresa estrangeira com fins
de adquirir um interesse duradouro para a nação1. Nessa relação de
troca, a empresa busca novos mercados e fontes de lucro, e o país retornos
decorrentes da instalação da empresa no seu território (serviços, conhecimento,
tecnologia, etc).
Nas últimas décadas,
especificamente a partir da década de 90, o Brasil vem sendo cada vez mais
procurado por esse tipo de investimento. Muitas análises chegam a pontos
comuns, atribuindo, dentre outros motivos, o fato de o Brasil se encontrar na
condição de país emergente (dentre os quais destacam-se os BRICs2) –
e por isso mesmo com um imenso potencial mercado consumidor, além de buscar
atrativos para o seu parque industrial interno bem como o aumento da oferta de
serviços necessários para inclusão desse mercado -, a capacidade de
estabilização dos níveis inflacionários através do Plano Real, estímulo à
economia e utilização de câmbio flutuante sujeito à intervenções do Banco
Central e por último, devido a capacidade brasileira de atuar na consolidação,
formação e liderança de um bloco (Mercosul) que gera um grupo de países que se
estabilizam mutuamente, diminuindo os riscos dos investimentos e possíveis
crises.3,4
Outro aspecto importante,
não explícito, a priori, pelos analistas da conjuntura que permitiu tais
investimentos, é o fato de o Brasil possuir um imenso potencial energético e
recursos naturais. Esses elementos atraem empresas que buscam consolidação no
desenvolvimento de novas fontes de energia, bem como empresas que se interessam
na busca de matéria-prima para utilização na indústria pesada e tecnologia
científica (ciências aeroespaciais, náuticas, biotecnologia, etc).
Diante da entrada massiva
do capital estrangeiro sob forma de investimento direto no país, temos efeitos
diretos visíveis que vão desde imediato até longo prazo, como a ampliação de
oferta de serviços (muito antes não disponíveis no país, como internet banda
larga e telefonia móvel), aumento do emprego direto e indireto, desenvolvimento
regional (que busca oferecer outros serviços e produtos para alocar o
trabalhador e população na região da empresa) e estímulo ao mercado interno.
Dentre os aspectos
negativos incluem-se a exploração de recursos locais por parte de estrangeiros,
de modo a fragmentar a soberania nacional sobre os seus recursos naturais, a
vazão de dinheiro e recursos advindos do lucro para fora do país que sempre irá
para o país sede, entrada massiva de produtos estrangeiros e moeda estrangeira
desvalorizando a moeda local e influência (muitas vezes ingerência) de
elementos políticos estrangeiros na política nacional, o que pode muitas vezes contrariar
interesses locais.4
REFERÊNCIAS
1. Foreign Direct Investment, Conferência das Nações Unidas para
Comércio e Desenvolvimento. Disponível em:
pt.wikipedia.org/wiki/Investimento_estrangeiro_direto
2. Http://www.onu.org.br/onu-destaca-aumento-do-investimento-estrangeiro-entre-brasil-russia-india-china-e-africa-do-sul/
3. O.C João Guilherme; A.F. Elaine. O Impacto do Investimento Direto Estrangeiro no Crescimento
da Economia Brasileira. Rev. Planejamento e Políticas Públicas, n 41, dez 2013.
Disponível em: http://www.ipea.gov.br/ppp/index.php/PPP/article/viewFile/249/311
4. Investimentos Estrangeiros no Brasil. Aula No 13, UVB. Análise da
Conjuntura Econômica Nacional. Faculdade OnLine UVB. Disponível
em: http://arquivos.unama.br/nead/gol/gol_adm_6mod/analise_conjuntura_nacional/pdf/aula13.pdf
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